segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Palácio de Belém mais «amigo do ambiente» após auditoria

O Palácio de Belém vai reduzir as 771 toneladas de emissões anuais de CO2 que lança para a atmosfera em 30 por cento e a factura energética em 40 por cento, após a auditoria energética mandada realizar pelo Presidente da República.

Embora a poupança em dinheiro na factura paga actualmente pelo consumo de energia no palácio (157 mil euros anuais) não seja substancial, a redução de emissões de CO2 e do consumo de combustíveis fósseis é significativa.

A ideia de proceder a uma auditoria ao perfil energético do complexo instalado no Palácio de Belém surgiu por ocasião das II Jornadas do Roteiro para a Ciência, em Março passado, altura em que o Chefe de Estado visitou alguns «bons exemplos» na área das energias limpas e renováveis.

«Prometemos e cumprimos», afirmou Cavaco Silva ao encerrar a sessão de apresentação da auditoria energética que mandou promover ao Palácio visando obter uma maior racionalização e optimização da energia nos edifícios do complexo presidencial.

O Presidente disse, a título de exemplo, que só na sala onde decorria o evento tinham sido substituídas mais de uma centena de lâmpadas antigas por outras de baixo consumo.

Cavaco Silva voltou a chamar à atenção para a excessiva dependência de Portugal em termos de energia importada e, principalmente, alertou para a necessidade de uma mudança no comportamento dos cidadãos consumidores.

«É preciso uma nova atitude», disse, sublinhando que Portugal necessita de apostar numa maior eficiência energética.

«O Estado deve dar o exemplo e os cidadãos devem adquirir comportamentos mais amigos do ambiente», desafiou.

«O Palácio de Belém quis dar o exemplo», disse, desafiando os responsáveis de outros edifícios públicos a seguirem o mesmo exemplo.

Nas intervenções levadas a cabo pelos auditores do INETI, GALP e EDP foi proposta a substituição da actual caixilharia, vidros duplos, isolamento de coberturas, instalação de um sistema solar térmico com 50 metros quadrados (que vai fornecer 75 por cento de energia necessária) e de um sistema de produção de electricidade, para além da mudança do consumo de gasóleo para gás natural.

O INETI, a EDP e a Galp aceitaram «com entusiasmo» o desafio de Cavaco Silva para procederem ao diagnóstico e apresentarem medidas destinadas a melhorar o desempenho energético do Palácio de Belém e tornaram hoje públicas as suas propostas.

A auditoria energética foi qualificada, por fonte oficial da Presidência da República, como tendo sido «exaustiva», tendo sido efectuada nos 18 mil metros quadrados de superfície do Palácio de Belém nos últimos cinco meses.

«Foi caracterizada a eficiência energética do Palácio de Belém em termos de desempenho energético», disse a fonte, sublinhando que os técnicos identificaram as medidas de optimização energética, procederam ao diagnóstico e apresentaram as recomendações a adoptar.

«O objectivo do Presidente da República foi o de dar o exemplo e conseguir ao mesmo tempo obter uma redução efectiva e significativa da factura energética e das emissões de CO2», afirmou a fonte.

Entre as medidas a adoptar no Palácio de Belém destacam-se alterações de funcionamento e de comportamento, racionalidade e optimização de consumo e novos equipamentos.

Diário Digital

Sem comentários:

Enviar um comentário